Covid-19, Coronavirus, SARS-CoV-2 e o intestino delgado

Embora o SARS-CoV-2 possa entrar principalmente nas células dos pulmões, o intestino delgado também pode ser um local importante de entrada ou interação…

ABSTRACT – Embora o SARS-CoV-2 possa entrar principalmente nas células dos pulmões, o intestino delgado também pode ser um importante ponto de entrada ou interação, pois os enterócitos são ricos em receptores da enzima conversora da angiotensina (ACE)-2. Os sintomas gastro-intestinais iniciais que aparecem cedo durante o curso da Covid-19 apóiam esta hipótese. Além disso, os viriões da SARS- CoV são preferencialmente liberados apicalmente e não no porão das células das vias aéreas. Assim, no cenário de uma infecção produtiva dos epitélios das vias aéreas condutoras, os viriões SRA-CoV liberados apicalmente podem ser removidos por meio de uma eliminação de mucocil- iary e ganhar acesso ao trato gastro-intestinal através de uma exposição luminal. Além disso, estudos post-mortem de ratos infectados pelo SRA-CoV demonstraram danos difusos ao trato gastrointestinal, com o intestino delgado apresentando sinais de descamação de enterócitos, edema, dilatação de pequenos vasos e infiltração de linfócitos, bem como nódulos mesentéricos com hemorragia severa e necrose. Finalmente, o intestino delgado é rico em peles, uma protease serina que pode separar o S-spike do coronavírus em duas “pinças” (S1 e 2). A aração séptica do S-spike em S1 e S2 é essencial para a fixação do virião ao receptor ACE e à membrana celular. Nesta revisão especial, descrevemos a ação entre a SRA-CoV-2 com a célula e o enterócito e suas potenciais implicações clínicas.

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Prevalência de crescimento excessivo de bactérias do intestino delgado em pacientes com sintomas gastrointestinais

Carolina Piedade MARTINS, Caio Henrique Amorim CHAVES, Maurício Gustavo Bravim de CASTRO, Isabel Cristina GOMES3 e Maria do Carmo Friche PASSOS

ABSTRACT – Antecedentes – O crescimento excessivo das bactérias do intestino delgado é uma síndrome heterogênea caracterizada por um aumento do número e/ou da presença de microbiota atípica no intestino delgado. Os sintomas do crescimento excessivo das bactérias do intestino delgado não são específicos, abrangendo dor/distensão abdominal, diarréia e flatulência. Devido ao aumento do custo e complexidade para a realização do aspirado jejunal, o padrão ouro para o diagnóstico da síndrome, tem sido usado rotineiramente o teste respiratório de hidrogênio (H2), utilizando glicose ou lactulose como substrato, que é capaz de determinar, no ar exalado, a concentração de H2 produzida a partir do metabolismo bacteriano intestinal. Entretanto, devido ao número de indivíduos que apresentam uma microbiota metanogênica, que não produz H2, o teste em dispositivos capazes de detectar, simultaneamente, a concentração de H2 exalado e metano (CH4) é justificado. Objetivo – Este estudo visou determinar a prevalência de crescimento excessivo de bactérias do intestino delgado em pacientes com sintomas digestivos, através de uma análise comparativa dos testes respiratórios de H2 ou H2 e CH4 associados, utilizando a glicose como substrato. Métodos – Um total de 200 pacientes de ambos os sexos sem limitação de idade foram avaliados, sendo encaminhados a um Laboratório de Teste de Respiração para realizar o teste de H2 (100 pacientes) e de H2 e CH4 exalado (100 pacientes) devido a queixas gastrointestinais, a maioria dos quais pacientes com distúrbios funcionais gastrointestinais. Resultados – Os resultados indicaram uma prevalência significativa de crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado no teste H2 e no teste de H2 e CH4 exalado (56% e 64% respectivamente) em pacientes com sintomas gastrointestinais, e uma prevalência mais alta em mulheres. Descobriu-se ainda que o gás metano era o único responsável pela positividade em 18% dos pacientes. Conclusão – Os dados encontrados neste estudo são consistentes com as descobertas da literatura atual e ressaltam a necessidade de usar dispositivos capazes de capturar os dois gases (H2 e CH4 exalado) para melhorar a sensibilidade e, portanto, a precisão do diagnóstico de crescimento excessivo das bactérias do intestino delgado na prática médica diária.

CABEÇAS – Crescimento bacteriano. Intestino delgado. Testes respiratórios. Hidrogênio. Metano.

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Créditos:

Maurício Gustavo Bravim de Castro – CRM MG: 29.496
Cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Lifecenter (2002 – 2017)
Formado em medicina pela UFMG (1995)
Residência de cirurgia geral e do trauma pelo Hospital Felício Rocho e Hospital João XXIII da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (1998)
Membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD)
Membro efetivo da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG)
Membro do conselho consultivo da Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia (SBMDN)
Diretor técnico do CEMAD – Centro de Motilidade do Aparelho Digestivo – Belo Horizonte

Tolerabilidade de longo prazo da combinação em dose fixa de naproxeno e magnésio esomeprazol

Os fatores de risco gastrintestinais têm sido amplamente estudados. Durante o último Fórum Latino-Americano CNS sobre dor, o Dr. Angel Lanas, explicou que nos últimos 10 anos houve uma redução significativa das complicações no trato gastrointestinal superior, embora as complicações no trato gastrointestinal inferior tenham aumentado.

Em vista desta situação, Lanas considerou que é essencial definir uma estratégia ideal para alcançar a proteção de ambos os tratos digestivos. Ao mesmo tempo, deve ser dada atenção especial aos pacientes que possam desenvolver uma úlcera.

Em linha com isto, é pertinente mencionar um estudo publicado em Current Medical Research and Opinion. O objetivo deste estudo foi avaliar a tolerabilidade a longo prazo da combinação de naproxeno entérico na dose de 500 mg e 20 mg de esomeprazol de liberação imediata (FDC) em pacientes com risco de úlceras gástricas relacionadas ao AINE.

Este foi um estudo aberto, multicêntrico, fase III envolvendo pacientes com Helicobacter pylori-negativo com idade entre ≥50-50 anos ou 18-49 anos com histórico de úlcera descomplicada nos últimos cinco anos. Por sua vez, os pacientes tinham osteoartrite, artrite reumatóide ou outro distúrbio que exigia AINEs diários durante ≥12 meses, receberam naproxen/esomeprazol duas vezes ao dia durante 12 meses.

Os principais pontos finais consistiram em efeitos adversos, sinais vitais, exame físico e testes de laboratório. As análises de subgrupo incluíram o uso de ácido acetilsalicílico de baixa dose (LDA) e a idade.

Foram analisados os efeitos adversos da úlcera gástrica relacionada ao AINE e os efeitos adversos cardiovasculares pré-definidos.

Dos 239 pacientes tratados (população com tolerância), 135 completaram ≥ 348 dias de tratamento (aqueles que completaram 12 meses). A freqüência dos efeitos adversos foi de aproximadamente 70%; dispepsia, constipação, infecções respiratórias superiores, náusea, dorsalgia e contusão foram os mais comuns (≥ 5 pacientes, em cada população).
Os eventos adversos relacionados ao tratamento ocorreram em 28,0% e 23,7% dos pacientes nas populações de conclusão tolerável e de 12 meses, respectivamente; 18,8% dos pacientes interromperam a medicação como resultado de eventos adversos (população tolerável).

Houve poucos eventos adversos graves e nenhuma morte. Na população com tolerabilidade, a freqüência de efeitos adversos foi 71,4% e 76,9% em pacientes com <65 anos (n=161) e ≥65 anos (n=78), respectivamente, e 67,6% e 75,8% em usuários LDA (n=74) e não usuários (n=165), respectivamente.

Efeitos adversos digestivos e cardiovasculares elevados foram observados em 18,8% e 6,3% dos pacientes, respectivamente, na população com tolerabilidade e 16,3% e 5,2%, respectivamente, naqueles que completaram 12 meses de tratamento. Dispepsia e hipertensão foram mais freqüentes. Avaliações adicionais não mostraram nenhum resultado inesperado.

Com base nesses pontos finais, o tratamento de longo prazo com FDX naproxen/esomeprazol não foi associado a nenhum novo problema de tolerabilidade, incluindo UGI e efeitos adversos cardiovasculares pré-definidos, em pacientes que necessitavam de terapia NSAID e que corriam o risco de complicações gastrointestinais superiores.

Fonte:
Medcenter Notícias médicas

Impressão digital metabólica de tumores úteis para pacientes com câncer de intestino

É possível avaliar quão avançado está um câncer de intestino, analisando sua impressão digital metabólica, de acordo com novas pesquisas.

O câncer de intestino é o terceiro tipo de câncer mais comum em todo o mundo e mais de 1 milhão de novos casos são diagnosticados a cada ano. Identificar o estágio exato que um tumor atingiu é fundamental para determinar quais tratamentos oferecer.

Ao determinar a impressão digital metabólica, uma amostra de sangue, urina ou tecido é analisada para as concentrações de muitos metabólitos diferentes, que são os produtos de reações químicas nas células do corpo. Esta mistura de metabólitos se altera à medida que o câncer se desenvolve e cresce. Os pesquisadores que colaboraram no novo estudo, do Imperial College London, dizem que os médicos poderiam usar a coleta de impressões digitais metabólicas em conjunto com as técnicas de imagem disponíveis para fazer a análise mais precisa possível de um tumor. A pesquisa é publicada na revista Annals of Surgery. Os médicos usam atualmente uma combinação de TC, RM e ultra-som para avaliar quão avançado é um tumor, mas como esses testes dependem de estimativas visuais do tamanho e localização de um tumor, nem sempre são tão sensíveis ou específicos. Estudos anteriores mostraram que estas técnicas indicam regularmente que um tumor é mais avançado ou menos avançado do que realmente é.

O Dr. Reza Mirnezami, autor principal do estudo do Departamento de Cirurgia e Câncer do Imperial College London, disse: “Investigar o estágio de um tumor é fundamental para planejar o tratamento de um paciente. É cada vez mais comum que antes de realizarmos a ressecção cirúrgica de um tumor, façamos tratamentos para tentar diminuir sua massa, mas os tipos de tratamentos que oferecemos dependem de nossa avaliação de quão avançado o tumor está. Quanto mais precisos pudermos ser, melhores serão as chances de sobrevivência do paciente.

“Nossas pesquisas indicam que o uso de técnicas de impressões digitais metabólicas, além da avaliação com estudos de imagem, poderia nos dar a imagem mais clara possível de como o câncer está progredindo”, disse ele.

Para o novo estudo, os pesquisadores analisaram a impressão digital metabólica de 44 amostras de tecido tumoral intestinal, fornecidas por pacientes atendidos no Imperial College Healthcare NHS Trust, usando espectroscopia de ressonância magnética nuclear de alta resolução com ângulo mágico giratório (HR-MAS NMR). Seus resultados para determinar o estágio em que o câncer havia atingido foram tão precisos quanto os métodos radiológicos existentes.

Lord Ara Darzi, Paul Hamlyn Chair of Surgery no Imperial College London, e autor principal do estudo, disse: “Sabemos que mesmo com a impressionante tecnologia de escaneamento que temos disponível até agora, nem sempre é possível verificar corretamente o estágio local de um câncer. Nosso estudo parece indicar que, se usado em conjunto com imagens médicas, a impressão digital metabólica poderia nos permitir obter informações mais precisas. Isto poderia nos dar mais certeza sobre o tratamento correto a ser dado aos pacientes, e poupar alguns pacientes de tratamentos invasivos quando eles não precisam dele.

A pesquisa também indica que os tumores adotam propriedades metabólicas únicas à medida que avançam, abrindo novos caminhos para o tratamento. Os pesquisadores esperam que, em última instância, seja possível identificar diferentes alvos metabólicos quando o câncer estiver em diferentes estágios, a fim de desabilitar ou retardar o tumor. O Professor Jeremy Nicholson, Chefe do Departamento de Cirurgia e Câncer do Imperial College London e autor correspondente do estudo, disse: “Este estudo representa uma parte de nosso programa para desenvolver tecnologia avançada para melhorar a tolerabilidade do paciente no ambiente cirúrgico e mostra o enorme potencial do uso de modelos metabólicos para estratificar os pacientes e otimizar o tratamento”.

Fonte: Notícias médicas de hoje