Pancreatite aguda idiopática

Endosonografia vs colangiopancreatoresonancia em pacientes com pancreatite aguda idiopática

Fonte: Endosonografia vs colangiopancreatoresonancia em pacientes com pancreatite aguda idiopática Doenças Digestivas e Ciências

Comentário

Apesar do progresso no diagnóstico por imagem, muitos pacientes com pancreatite aguda permanecem sem um diagnóstico etiológico. Segundo consta, 25-30% dos casos de pancreatite aguda são diagnosticados como idiopáticos devido à falta de provas claras de litíase biliar ou outra causa.

A eficácia da endosonografia (EUS) no diagnóstico de pancreatite aguda idiopática (IAP) é bem conhecida, pois é capaz de detectar pequenas (=ou<4mm) litíases biliares ocultas na vesícula biliar ou no duto biliar. Ela também contribui para o diagnóstico de pancreatite crônica, ou pequenos tumores responsáveis pelo IAP, como o IPMN. A Cholangiopancreatoresonance (CPPNM) avançou nos últimos 10 anos e também é capaz de detectar pequenas pedras no duto biliar e anormalidades nos dutos pancreáticos.

Foi desenvolvido um estudo prospectivo para comparar estas duas técnicas no diagnóstico etiológico da doença, realizado após a fase aguda da doença.

Durante 2008 e 2010, 128 pacientes diagnosticados com pancreatite aguda foram incluídos no estudo. Após os estudos de primeira linha (serologia, ultra-som abdominal e tomografia computadorizada), se a etiologia não foi encontrada, os estudos de segunda linha (EUS e MRCP) foram realizados após dois meses (ou mais tempo se a pancreatite era grave).

Com os estudos de primeira linha, foi feito um diagnóstico etiológico em 83 casos de pancreatite aguda. Dos 45 pacientes diagnosticados com PAI, 38 foram submetidos a EUS e MRCP.

EUS e MRCP foram capazes de identificar a etiologia em 19 pacientes (50%). O rendimento diagnóstico da EUS foi maior (29 vs 10,5%). A EUS detectou com mais precisão os cálculos biliares e o MRCP identificou melhor as anomalias ductais, IPMN.

Em conclusão, o EUS é mais eficiente do que o MRCP no diagnóstico do PAI, entretanto, o uso de ambas as metodologias é válido. O EUS caracteriza melhor as lesões parenquimatosas e o MRCP proporciona uma melhor visualização geral dos dutos. O MRCPNM é menos invasivo e menos caro que o EUS, embora o desempenho do EUS seja maior.

Considerando a alta incidência de microlitíase como causa de IAP, é difícil substituir a EUS devido a sua maior capacidade de reconhecer microlitíase sobre MRCPNM.

Portanto, de acordo com este estudo, de um ponto de vista prático e econômico, pode-se começar realizando o diagnóstico com a REUE, e se este for negativo ou duvidoso, seguir pela CPRMN.

Realizado por: Dra. Inés Oría

Artigo original:
Ultra-som endoscópico e colangiopancreatografia de ressonância magnética em pacientes com Pancreatite Aguda Idiopática.
Aldine Thevenot, Barbara Bournet et al.
Dig Dis Sci 2013. 58 (8):2361-2368.